Nesta releitura do clássico de Alexandre Dumas Filho, acompanhamos o desabrochar de uma das protagonistas mais fascinantes da literatura, sob a ótica da inocência. Em um Bildungsroman repleto de críticas ao materialismo e ao rigor moral de uma sociedade que, igualmente, adornava suas meninas para simbolizarem o poderio daqueles que a custeavam, desperta-se a reflexão ao que ainda hoje persiste em nosso cotidiano: preconceitos diversos, medos, solidão, abandono...
 
Seguindo a intuição poética, junto ao clamor sussurrado em alguma parte de seu espírito, Caroline Lucena surpreende-nos com uma belíssima homenagem à Marguerite Gautier. Sem alterar o presente ou modificar o passado, a autora descreve nuances do coração feminino, com franqueza aos seus pesares e ardores; Camille aqui é vista não como sublime, mártir ou tantas outras definições surreais, e sim “tal uma moça legítima, que possuiu uma história além daquela entrelaçada ao sobrenome Duval e possuiria um futuro, acaso lhe houvessem permitido viver...” .